Desde seu início em 1998, com função de apenas avaliar o Ensino Médio, até os dias atuais, o Enem tem um formato particular. Menos conteudista e com foco em interpretação, o exame se tornou a maior plataforma de acesso a universidades do Brasil. Essa é uma mudança que obriga os estudantes, habituados aos vestibulares clássicos, a reformularem o modo como eles se preparam para as provas de acesso ao ensino superior.
Para Eduardo Baez, professor de História da Arte no Stoodi, plataforma de educação a distância, o modelo peculiar do Enem se caracteriza por enxergar as habilidades dos estudantes de forma mais ampla.
— O Enem propõe uma avaliação global do aluno. O exame não foi idealizado como processo seletivo. Há uma linha tênue entre isso e o conteudismo. A prova desenvolve a transdisciplinaridade desde o início. As Humanidades, por exemplo, estão unidas à prova de Linguagens. É possível encontrar um texto filosófico a ser interpretado dentro de uma questão de Português — conta Eduardo.
Na prática, essa característica pede que os alunos tenham um olhar mais crítico, segundo Thiago Moza, coordenador do Curso Poliedro, no Rio. Para o educador, aprender a relacionar os temas é justamente uma das partes fundamentais para o sucesso na prova.
— O grande ponto do Enem é como ele interliga os assuntos. O exame analisa um mesmo tema sob óticas diferentes. Os estudantes precisam ter uma visão ampla de cada assunto comentado no dia a dia. Não dá para ser tão objetivo e direto no Enem. Na prova, é tudo sobre relacionar conteúdos acerca de um tópico — observa Thiago.
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